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Mostrando postagens de maio, 2015

Sexo frágil? Não, obrigada.

Uma das questões nessa luta do feminismo que muitas mulheres batem o pé é o lance do sexo frágil. Acredito que, ainda que a minha geração tenha quebrado alguns tabus, fomos educadas, ainda, como sendo o sexo frágil. Muitas de nós tivemos um irmão, um priminho, um amiguinho pra nos defender desde a infância. Eu tive. Sou a neta mais nova das duas famílias, e da família do meu pai, vim depois de uma leva de meninos com uma diferença de 1 ano de idade. Cresci, até certa idade, com um desses primos, e ele sempre tava lá pra me defender do que quer que fosse. Eu me sentia segura, porque era quase como se ele fosse onipresente. Eu era intocável. Na escola, todos da nossa faixa etária tinham medo dele. Na nossa rua também. E assim foi, até o momento em que cada um foi pra uma rua diferente, uma escola diferente, e eu me vi totalmente desprotegida. Sempre fui o que chamam de "menina invocada". Então, continuei arrumando confusão. Só que, dessa vez, eu comecei a ter que ir pra porrad

Feminista demais

Não tem muito tempo que eu tive o meu despertar pro feminismo. Acho que, no fundo, sempre tive algo que, mais cedo ou mais tarde, me levaria a isso. Nasci e fui criada em uma família tradicional e patriarcal, em que as meninas ou não tem vez, ou, até tem, mas no último lugar da fila. Sempre rolou toda uma hierarquia, e esse foi um dos maiores incômodos da minha vida, porque independia de méritos ou esforço. Era simplesmente assim que as coisas eram. Cresci e percebi que, de uma forma talvez um pouco mais amena, a sociedade é assim também, e que isso é uma questão tão profunda e tão vasta, e exige tanta reflexão, estudo, pesquisa e vivência. Muitas mulheres, inclusive do meu convívio, não despertaram pra isso, e nem sei se um dia vão despertar. Me entristece, porque afeta a todas nós, desde o nascimento, por mais privilegiadas economica ou socialmente que possamos ser. Mas, de fato, pra enxergarmos e sentirmos isso, é preciso uma reflexão muito profunda, um mergulho pra dentro de si e

Relacionamentos?!

Relacionamentos amorosos são complicados e não são. Ao meu ver, parecem um quebra-cabeça, mas o sentido deles é somar, e não estressar ou ser um peso na vida dos participantes do processo. Com essa minha mania de separar muito as coisas da razão e do coração, achava que o ciúmes era meio sem sentido. Só mentira. Já fui ciumenta, por insegurança. Digo, aquele ciúmes imenso. Fora isso, sempre me achei muito tranquilona. Até outro dia - quando, num post no facebook fui comentar isso e me falaram "então é porque faltava sentimento". Será?!, me perguntei. Pode ser... Quando tem paixão, a gente sente um ciumezinho. Nem que seja aquela coisinha pequena, mas sente, realmente. Quando passa disso, fica chato, vira prisão, e logo acaba com a paixão do outro, que não consegue nem respirar. Acho que um lugar como em começo de relacionamentos é o ciúme do passado recente. Ciúmes de ex. Rola uma insegurança da porra, principalmente se @ ex foi uma pessoa importante. Mas, como tudo passa,

Sobre príncipes e princesas

Daí que hoje uma amiga postou falando sobre o lance da ilusão que os clássicos de princesas da Disney criaram em algumas gerações de mulheres, e isso é algo com que eu sempre brinco, mas acabei pensando um pouquinho mais sobre, hoje. A minha geração, dos anos 80, cresceu com esses desenhos. Eu, particularmente, amo de paixão. Perdi as contas de quantas vezes assisti A bela e a fera (meu preferido, ever!). Claro que isso não significava que eu não me derretia com Cinderela, A bela adormecida, Branca de neve... aliás, adorava Branca de neve e todas as musiquinhas que rolavam. Porém, contudo, todavia, entretanto... não tem como negar que a gente cresceu com uma ilusão de, um dia, encontrar um par perfeito, que, no fim das contas, "salvaria o dia". A mensagem era sempre a mesma: rolavam mil coisas, e, no final, o príncipe encantado, lindo, fofo, romântico, atencioso, e todo esse blablabla, viria, e resolveria tudo. Fim. Felizes para sempre - porque ELE era A solução. A princesa

"Homem não presta"?!

Poucas reclamações são tão batidas (feitas pelos homens) quanto a de as mulheres afirmarem que "nenhum homem presta". Afinal, parece que isso virou uma verdade universal desde os tempos da minha bizavó, quando éramos criadas exclusivamente pra sermos esposas "do lar", enquanto os maridos poderiam comer quem quisessem ou estivessem dispostos, a qualquer hora do dia. Afinal, só "servíamos" pra "serví-los".  Vamos combinar, então, que tem todo um sentido isso ter caído na boca da mulherada.  Os tempos mudaram. Hoje, nós não nos sujeitamos mais a isso. Podemos, sim, escolher cuidar da casa, porém, já não é mais de praxe que a mulher aceite essa condição de o homem sair pegando geral e ela ficar ali, bonitinha e quietinha na dela.  E, bom, parece que, sim, uma parte considerável dos homens até compreende isso, embora muitos não levem isso pra prática. Então, por que essa "máxima" continua?  Nos tempos do tinder, cada vez mais, os relac

Sororidade.

Sororidade. Soa mal aos ouvidos, não é uma palavra sonora, mas carrega um significado lindo, forte e muito necessário. Eis que eu me atrevi a tentar escrever sobre o tema. Sinto que me falta muita bagagem pra isso, mas tenho uma urgência que me perturba. Então, cá estou eu, de saliente que eu sou! Li num texto, acho que ontem, sobre o feminismo, que toda mulher, em alguma medida, é feminista. É feminista porque o feminismo é pra todas, independente do que a mulher faz. Porque o feminismo é pra dona de casa, pra empresária, pra mãe full time,  pra mãe que trabalha 8 horas fora de casa, pra mulher solteira, pra lésbica, pra casada. E, de fato, se hoje temos alguns direitos, sim, devemos isso ao feminismo. O machismo tá enraizado na nossa sociedade, e, quer você diga que concorda ou não com o feminismo, isso te faz mal. Tem diversos males que advém daí, e a gente só precisa refletir um pouco e se informar, ter a cabeça um pouquinho aberta, pra poder entender e enxergar. Não é difícil.

O outro lado da moeda

Pouco mais de 2 meses tentando construir outra vida, outro lar. Na verdade, reconstruir. Recomeçar é sempre bom. Uma das coisas mais ricas disso tudo é ver o mundo com outros olhos, ter outra percepção, e sentir meus pés em um chão que, finalmente, eu sinto ser o meu. Parece que, agora sim, é real. Outro dia li um texto muito compartilhado pelo facebook, acho que o título era "Mãe, obrigada por não ter criado uma princesa". E eu me vi um pouco constrangida, involuntariamente. Nunca tive vergonha dos meus pais - pelo contrário, meu maior orgulho nessa vida são eles, que sempre me deram tudo, e eu tenho plena consciência do esforço deles pra isso. Quem olha de fora nunca sabe da realidade da vida de alguém, e pode achar que as coisas vêm fácil. Todo mundo adora julgar, né? Pois, sim. Tive mesmo uma vida fácil, desde que nasci. Nunca me faltou nada, e, muitas vezes, me sentia "envergonhada" por ter mais que várias amiguinhas. Nunca precisei andar de ônibus ou ir a pé