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Mostrando postagens de janeiro, 2023

Tudo passa

  Vai demorar um pouco, mas vai passar. Deixar pra trás os planos e sonhos, o colo e o aconchego. O cheiro.  Tentar não se perguntar como que, depois de quase virar um, se divide de novo em dois. As partes que ficam um do outro, e as partes nossas que talvez também fiquem no outro. Como dissociar, como se desfazer e refazer, sem derrubar partes no abismo do sofrimento? Como separar um corpo e uma alma sem sangrar ou dilacerar? Como dormir na cama vazia, e, no meio da noite, não ter a quem abraçar? Como acordar sem a voz, sem o abraço, sem o sorriso?  Como pensar em um futuro diferente, quando tudo parecia planejado e encaminhado, mesmo com os percalços que, de mãos dadas, seriam superados juntos?  Como?  São tantas perguntas sem respostas, tanta dor sem paliativo, tanto horizonte sem um norte.  As risadas, as brigas, as conversas, os silêncios… tudo ficando pra trás, numa tentativa desesperada de se segurar naquilo, pra perdurar mais uns minutos, uns dias?  O choro vem e vai. Às vezes,

Tem sempre um amanhã

Parece o fim do mundo, mas é só o fim de um ciclo.  Parece que a dor vai rasgar o peito, de dentro pra fora, dilacerando tudo em volta, mas é só um coração partido, que, uma hora, vai se remendar.  O chão não vai se abrir, nem o céu desabar. O mundo tem bilhões de pessoas, e, com certeza, dentre elas, algumas pra amar.  Tem muitas lágrimas caindo e por cair, e, uma hora, vão secar. O sol vai surgir de novo. Tudo vai passar.