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Mostrando postagens de março, 2015

Das maiores saudades

Dizem que a palavra "saudade" só existe em português. Pra falar a verdade, nunca pesquisei pra saber se procede. Já senti várias saudades, desde que me lembro. Senti saudade dos meus pais na primeira vez que eles viajaram, e me lembro da querida e finada D. Leó ao meu lado até que eu adormecesse. Senti saudade da minha melhor amiga, Sissa, quando, aos 5 anos, nos mudamos de São Luís pro interior de São Paulo, porque meu pai tinha vindo fazer uma obra. Eu brincava o dia inteiro com ela, todos os dias, e foi super difícil me separar da minha primeira melhor amiga. Depois, senti amigos que deixei em Mogi das Cruzes, mas que ficaram na lembrança até se apagarem da memória, por falta de contato. Então, senti saudade dos amigos e amigas que foram mudando de escola. E aí, senti, por um bom tempo, muita saudade de um primo com quem cresci desde que me lembro, por circunstâncias da vida que fomos nos afastando até cada um seguir um caminho tão distante que hoje nem sei bem como ele t

Esse tal coração calejado

Pra expressar a dor, é preciso vomitá-la. Chegar ao fundo dela, rastejar. Passar pelo processo da negação, da dormência. Depois, sofrer. Sentir o nó na garganta, a dor no peito, que passa pro corpo, e vem a febre, os soluços. Aí sim. Só tem um coração calejado quem já sofreu demais. Várias vezes, ou intensamente. E talvez não exista expressão melhor pra definir do que essa.  Um coração calejado não sente com tanta facilidade. Ele é duro, aguenta porrada - é calejado. Claro, tem sempre algum machucado novo que pode foder com ele. Aí, é aquele processo de novo.  Sempre me neguei a generalizar as pessoas, a desacreditar do amor, a me amargurar. Sou otimista por natureza. Porém, com o tempo, acho que a gente fica mais cautelosa. Ou mais desiludida mesmo.  É um exercício diário o de me lembrar, constantemente que, existem sim pessoas boas, honestas, sinceras, legais, e que valem a pena.  Só estão comprometidas.   E, claro, existem uns machucados piores que os outros. Normalmente,

Sobre o dia da mulher

Quanto eu tinha 15 anos tive meu primeiro namorado. Pra mim, era quase um sonho, porque, até então, todas as minhas amigas tinham tido um namorado, menos eu. Ele era um amigo da minha sala e da internet, e eu meio que me apaixonei pelas conversinhas de internet. Nelas, ele era um amor. Ficamos e logo começamos a namorar. Eu era muito apaixonada, e me joguei de cabeça. Nem preciso dizer que perdi minha virgindade com ele. Ele nunca acreditou, porque eu não tive uma hemorragia, como ele esperava. Passei um ano e meio com ele, e durante um ano e meio, ele me jogou isso na cara. Naquela época, 15 anos atrás, ainda não se falava de violência psicológica - mas era exatamente o que rolava comigo. Ele brigava diariamente comigo, e me xingava MUITO. Me proibiu de falar com todos os meus amigos, exceto uma única amiga, que ele "considerava confiável". Até com o namorado dela ele me proibiu de falar. Ele brigava comigo, desligava o telefone na minha cara, e avisava a todos da casa del