Essa frase tem saído constantemente da minha boca nos últimos tempos, e eu tenho vivido e comprovado, de vários ângulos, em vários papéis, às vezes, agradáveis, às vezes não, nesses tempos.
Certo dia, uma boa amiga me disse "Taly, as coisas e as pessoas nunca são - mas estão. A gente não pode dizer que é, a gente está." E eu, que, imaturamente(e hoje, confesso, sem vergonha de ser feliz, continuo imatura, e pronta pra viver mais e mais, e aprender e ir vivendo o que mais a vida tiver pra me ensinar...), tinha orgulho(esse que, desde que me lembro, sempre ouvi, me acompanhou fielmente, muito de perto, bem agarrado mesmo a mim) de ter minhas convicções, ideologias e todo esse blablablá muito bem formatados na minha tão pequena cabecinha. Ah, se eu soubesse...
E cá estou, comprovando. Realmente. A gente não é. Nada é. A gente está. E, gente... em quantas posições eu estive anteriormente, ou outros estiveram anteriormente, e, hoje, ou ontem, antes de ontem, a situação ficou completamente invertida? Realmente... a gente perde muito tempo com coisas pequenas.
A cada dia, comprovo o movimento do universo, ou do que quer que se queira chamar. Tudo se movimenta, e, não adianta, a gente sempre vai experimentar todos os lugares, e todas as posições, das mais diversas possíveis, nas mais variadas situações, nas dores, nos prazeres, nos amores, desamores, ou na falta de amores, pra quem for desses.
Porém, no meio dessas voltas, ouvi coisas libertadoras de um grande e queridíssimo amigo outro dia, que, sem dúvidas, me ajudaram a levar essa vida com um pouco mais de leveza. 1. Nós temos todo o direito de errar, não precisamos ser perfeitos, e nem ser exemplo pra ninguém. 2. Nós podemos mudar de idéia.
E, assim, a cada dia, eu tenho repetido isso pra mim, e tentado viver com menos medo dessas voltas, e dos arrependimentos do que já passou, ou da possibilidade dos que podem vir a existir, porque, afinal de contas, o que tem demais errar de vez em quando? No final das contas, a nossa maior dificuldade em perdoar não está em perdoar os outros, como muitas vezes imaginamos, mas em perdoarmos a nós mesmos, por termos nos permitido errarmos tão feio - como se tivéssemos que acertar sempre. Quão absurdo e arrogante isso soa? Não, não pensem que eu tô falando isso pra qualquer pessoa, eu tô falando pra mim mesma - que sempre tive uma dificuldade enorme em perdoar. Acho que é um ótimo exercício entender que as pessoas erram, começando por nós mesmos.
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