Depressão. Convivo com a depressão diagnosticada há 5 anos. É uma doença que, quem tem, ainda sofre muito preconceito (é desacreditada, é invisibilizada, pouca informação), além de ser, geralmente, uma condição muito solitária. Geralmente, a gente vive num limiar entre estar vivo e não querer estar, ou perder as esperanças, ou as forças. É bem tenso, é bem pesado.
Diferente de algumas outras doenças não contagiosas, em que as pessoas mais próximas procuram entender melhor, a depressão geralmente causa um certo estranhamento e afastamento. Ninguém quer falar sobre isso. No máximo, vão perguntar como está indo o tratamento, e como você está no dia.
A questão é que, quando a pessoa faz um acompanhamento com psicanalista, muito provavelmente, ela vai começar a fazer reflexões. E, querendo ou não, todos nós estamos um pouco doentes. E a família tem um papel essencial nesse processo depressivo. Entretanto, a família, geralmente, é a que menos se envolve nesse processo de cura. A dinâmica familiar dificilmente está disposta a mudar.
Como esperar que um depressivo se cure dentro de um ambiente familiar que lhe é tóxico? Vira um ciclo vicioso. Remédios, terapia, entoxicação.
Poucas pessoas, mesmo depressivas, conseguem reconhecer isso. O patriarcado não falha na socialização.
E com a depressão, geralmente, vários outros problemas vêm associados. A maioria das depressivas que conheço (e não são poucas) - você já se questionou o motivo de haver tantas mulheres nessa situação? Reflita, querida - tem também: ansiedade e insônia. Algumas tem pânico também. Que combo, hein?! Mas, hey! Não vamos falar sobre as causas. Vocês já tomaram seus remédios hoje? Suas consultas estão em dia? É isso que importa... Vida que segue.
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