Sempre fui o tipo de pessoa que deu um valor especial ao tempo, o que, muitas vezes, me rendeu o julgamento de "impulsiva". Ok, talvez algumas vezes isso seja verdade. A questão é que o que faz com que eu pareça (ou seja) impulsiva é o fato de achar que cada momento é único e não volta, e as oportunidades idem. Por isso, não suporto a idéia de perder tempo.
Assim, estou constantemente refletindo sobre cada acontecimento, cada situação, cada detalhe... E observo tudo que posso: expressões, gestos, palavras, mudanças, o menor movimento. Sou realmente dessas. Não gosto e não costumo deixar passar batido quando é algo que tem alguma ou qualquer importância pra mim. Sabe aquela coisa de valorizar cada segundo e blablabla? Eu levo ao pé da letra. Me julguem.
Não perco tempo. O que eu tenho pra fazer, faço logo. Claro que eu penso, não sou um orangotango. Mas se eu tiver pouco tempo, e tiver que decidir rápido, vou fazer, porque, de fato, prefiro me arrepender pelo sim, do que pelo "e se". Não suporto os "e se" da vida...me dão uma agonia que só vendo, mermã.
Já perdi amigos novos pressa vida bandida, e sempre me pergunto se eles viveram tudo que queriam. Acredito que, por algum motivo, viveram o que tinham pra viver. Mas, pra mim, eu não vivi tudo que eu queria ter vivido com eles. Faltou tempo. Faltaram abraços, conversas, momentos. E o tempo não volta. Nem pra mim, nem pra eles.
A gente costuma ouvir muito sobre o tempo, desde criança, né? Todo mundo.
Hoje, eu vejo o quanto o tempo tem sido bom. Na verdade, o quanto o tempo é bom.
O tempo nos mostra muitas coisas. As mentiras podem ficar escondidas, mas o tempo sempre se encarrega de descobri-las. As pessoas podem vestir um personagem, mas o tempo sempre vai revelar quem é realmente aquela pessoa.
A gente pode cair muitas e muitas vezes. E o tempo vai nos ajudando a cicatrizar, e, a cada vez, vai engrossando mais a nossa pele, e nos tornando cada vez mais fortes e resistentes às quedas da vida. Ou, pelo menos, é o que deveria acontecer, segundo aquele ditado.
Chega uma hora, que não é qualquer empurrãozinho que derruba a gente. Não... A gente aprende a se segurar, porque o tempo vai ficando cada vez mais nosso chegado. Ou isso, ou a gente escolhe ser uma eterna Maria do bairro. O problema é que, na vida real, não tem muitos Luis Fernandos disponíveis no mercado. E, pra falar a verdade, eu não levo jeito pra coisa. Tenho horror a esse papel. Se a vida fosse uma peça, jamais poderia ficar com o papel de vítima. E se tivesse que escolher entre uma mocinha e uma vilã... Bom, acho que nem preciso responder.
Uma coisa interessante nessa coisa do tempo é ver que nem decepções me derrubam mais desse jeito. E, não, não tô ficando insensível. Acho que isso é só o meu cérebro assimilando cada vez mais rápido que determinadas atitudes só mostram que nunca valeu a pena, e é vida que segue. Sem sofrimento, sem dor, sem mágoa. Só uma morte, sem luto. Acho que uma das melhores generosidades do tempo comigo é a minha capacidade de deixar pra trás. Essa, que se aperfeiçoa a cada dia, eu tenho uma gratidão imensa. E o que realmente importa: com a consciência limpa.
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