Dia desses aconteceu uma situação que eu considerei devastadora na minha vida pessoal, e me levou a querer me afastar do Facebook por uns tempos. Fiquei mais do que decepcionada com o quanto o ser humano pode ser cruel e irracional quando sua lente é posta em questão, principalmente quando este ser é conservador. E, não, não sou preconceituosa, mas a vivência tem me mostrado que estes são, geralmente, os mais intolerantes, visto que eu já estive desse lado da moeda.
Comecei esse texto umas 5 vezes na minha cabeça. É que essa situação me deu uma boa desequilibrada mesmo. Me tirou um tanto o chão, até eu começar a enxergar mais além, pensar mais racionalmente, voltar um pouco no tempo.
É realmente difícil pra nós, que nascemos em um meio privilegiado, não tivemos privações, estudamos sempre nas melhores escolas, tivemos acesso a cursos complementares, mesada, só conhecemos a periferia se quiséssemos, enfim. Nós, que somos a minoria nesse país de abismo social, que temos passaporte, falamos inglês avançado ou fluente, temos, normalmente, uma terceira língua pelo menos básica, somos acostumados a comprar no shopping e assistir novelas, ganhar presentes e mais presentes, roupas novas pra eventos, enfim... É "difícil" pra gente enxergar que a realidade é outra. A gente se choca. Pra gente, ser assaltado é um pavor. "Que país é esse?" Nós somos, de fato, a geração coca-cola. E nos ofendemos muito se alguém nos chamar de "burguês". "Como assim, burguês? Que absurdo!" "Difícil", na verdade, é uma palavra, que, no nosso dicionário, tem outro significado do real.
Já achei péssima essa história de luta de classes. Sempre achei que isso era uma rivalidade desnecessária. Não acredito nessa de um Estado máximo, porque nossos políticos são corruptos, nós somos corruptos. "fale por você, não fale por mim". Tudo bem. "Eu e ele somos corruptos". Melhorou, fofura? Então tá, deixa eu continuar.
Hoje, vivendo numa cidade em que as pessoas se assumem mais, falam menos cochichando, vejo que, infelizmente, existe luta de classes, sim. Quão ingênua eu sempre fui, e continuo sendo.
A primeira vez que pensei sobre política foi na terceira série, quando estudei sobre pirâmide social. Quão mais ingênua eu era.
Eu jamais imaginei que os ricos se incomodassem tanto com os pobres. Digo, com a mera existência deles. De ter que vê-los. Até eu saber que, em São Paulo, eles fazem movimentos pra não ter que se misturar, porque, na cabeça dos amiguinhos do Constantino, todo pobre, ainda que trabalhador, é bandido. Não pode chegar metrô num bairro nobre, mas as sinhás querem ter empregada doméstica, e elas não podem se atrasar. Foda-se, elas que dêem um jeito de chegar no horário.
Constantino foi lá em São Luís lançar o "Esquerda Caviar" e (que vergonha!), eu fui, peguei dedicatória e tudo. Poderia apagar da minha memória isso. Porque, na cabeça dessa gente, é inconciliável uma pessoa ser de classe média alta e enxergar além do seu umbigo. Ele nem quer saber se essas pessoas fazem alguma coisa pra tentar ajudar ou não. Simplesmente inventou que a galera é "Esquerda Caviar" e se mudou pros EUA, porque lá é mais legal, é mais bacana, é mais bonito. Nos EUA tá a evolução, tão os emergentes, e os "Esquerda Caviar", que ele tanto critica. E ele, de lá, enxerga muito bem a realidade do Brasil, porque, apesar de ele não ir nas favelas ou nas unidades onde os jovens infratores estão, pra conversar com eles e saber suas histórias, a visão dele é bem melhor do que quem vive de perto, ou do que de alguém que já trabalhou lá dentro e dá um depoimento. Porque, né, Constantino é Constantino. Vai discutir, meu colega? O cara saca das coisas. Ele escreve na Veja! E tu, onde é que tu escreves? Então te sai de boca, que tu não é batom.
Sempre tem alguém com uma história linda de meritocracia pra arguir do porquê a desigualdade social não justifica a nossa realidade merda. Sempre. Ninguém conta pra essas pessoas que isso é uma minoria. Até eu tenho uma história dessas, gente. E, juro, é de chorar. É do meu pai, a história. Um puta guerreiro.
Só que as histórias de crimes hediondos cometidos por menores de 16 também são minoria. 1,6%. Daí me questionam "então por que ser contra?" Porque a nossa justiça não funciona, e, se você não enxerga isso, então, você é mais ingênuo do que eu. E as chances de punirem as pessoas erradas, de tirarem a juventude dos jovens errados, e de não resolver NADA são muito grandes. Sair dando tiro no escuro, simplesmente porque gente como eu tem sangue nos olhos porque não tá afim de perder seus privilégios, pra mim, não justifica nada. Punir porque foi assaltado, e, droga! Sou trabalhador, não mereço ser assaltado. Ninguém merece, gatx. Ninguém merece ser assaltado, estuprado, assassinado, espancado, violentado, abandonado, maltratado. Ninguém merece passar fome, não ter escola, não ter casa, não ter estudos, passar frio, necessidade, não ter carinho, não ter amparo, ser invisível. Ninguém merece rasgar o pé de tanto andar descalço, ser tratado pior que bicho. Ninguém merece ser criança e ter que trocar o seu próprio corpo por comida. Então, você não merece ser assaltado? Pois é, eu também não. Também morro de medo. Mas tenho mais medo ainda de ser estuprada ou assediada, violentada. É por isso que ando com um spray de gengibre e um canivete. Transporte publico lotado aqui é loteria, e eu ando apavorada quando pego um lotado. Mas sabe o que alimenta isso? O machismo, que trata as mulheres como objeto.
Sabe o que é foda? É que os argumentos dessa gente conservadora são apelativos, são baixos, são cruéis. Mas, pelo menos, abrem os nossos olhos. "Quero ver se acontecer com você! Se um menor ir na sua casa, estuprar sua filha, matar sua mãe, se você vai continuar pensando assim." "Quero ver se acontecer com você, se o seu filho virar um viado, se você vai continuar defendendo esses baitolas desse jeito." "Quero ver se daqui 10 anos você vai pensar assim, se um filho seu quiser virar mulher, se esse seu discurso vai ser o mesmo." Sempre tentam nos atingir. Sempre tem uma munição ali, apontando pro seu coração, porque querem mesmo é atingir o seu emocional. E, isso, meu povo, é que é ESCROTO. Não tem outra palavra. É só até ali que a consideração e o respeito vão. Fim.
Vocês sabem um dos motivos porquê eu sou feminista?
Porque eu acho um absurdo ouvir alguém dizer que mulher tem que segurar casamento. E isso é TÍPICO de gente desse tipo. Sempre achei isso um absurdo, mas já ouvi esse tipo de asneira calada, muitas e muitas vezes, porque sou muito de boa e prezo muito pela paz e bem estar nos relacionamentos. Mas, quer saber? Hoje em dia não tolero mais ouvir esse tipo de coisa, e tenho muita pena de quem pensa assim. Acho que quem pensa assim poderia, muito bem, comprar uma boneca inflável, ou um robô. Foda-se essa gente, seu machismo, e sua cabeça de ervilha.
Hoje, felizmente, sou muito diferente de 5 anos atrás. Consigo enxergar além do meu umbigo. Continuo achando que o setor privado tem sua importância. Porém, também consigo enxergar que não dá pra ficar babando país de primeiro mundo se, aqui, continua havendo exploração, desvalorização de determinados empregos. É lindo ir pra Europa ou Japãp e voltar maravilhado porque algum desses países não tem mendigo. Mas, desculpa, é ridículo não refletir no motivo por trás disso. É ridículo ir pra lá, e ficar deprimidinho com a realidade daqui.
Sim, o governo é uma merda. Sim, nossa carga tributária é um cu. Sim, o retorno disso é uma bosta. Mas, sim, assuma sua parcela de culpa disso e pare de bancar o idiota, principalmente se você mora no nordeste e paga um salário mínimo pra sua empregada/babá e acha que tá sendo bacana fazendo isso, ou se você continua votando igual, ou se tá pouco se fodendo pra política. Ou se tem um bar, um restaurante, mas paga o mínimo exigido, "porque também tem que pagar suas contas, né".
Você leu que um empresário milionário resolveu pagar as férias de TODOS os seus funcionários com uma passagem internacional e achou um espetáculo? Parabéns pra você.
É triste ver que tanta gente aplaude um Cunha da vida.
É deprimente ver tanta gente defensora da "moral" e "bons costumes", porque eu não sei quem foi que deu essa moral toda pra essa galera.
Ah, foi a Bíblia, tinha esquecido.
O único problema é: a fé é cega. E, não, não me leiam errado. Mas, vcs acreditam num livro traduzido, e vcs nem conhecem o cara que traduziu. A IMENSA maioria nem conhece a língua mais próxima da original, e simplesmente compra a idéia. E a idéia central do livro, parece que a maioria liga o foda-se, tá mais interessado mesmo é em apontar o dedo e sair mandando todo mundo pro inferno.
Me disseram que esperavam que eu estivesse militando em outras causas daqui uns anos. Eu não. Espero, mesmo, estar militando nas mesmíssimas causas. LGBT e feminismo. E continuar acreditando que as coisas podem mudar. Continuar lutando contra o racismo também.
Vou explicar o que eu acho que não precisa de explicação, e que pra mim já tava claro, mas só por via das dúvidas:
Por que eu sou militante LGBT? Porque eu sou bissexual. A maior parte dos meus amigos é LGBT. Eu sofro preconceito? Algum. Tem quem ache que mulher bissexual só gosta de putaria, e isso é triste, porque é um estereótipo que eu não me encaixo, e pago o pato pelas outras. Mas, sou militante pelo que pessoas que eu amo sofrem e já sofreram. Sou militante porque pessoas iguais a mim sofrem diariamente.
Por que eu sou militante feminista? Porque eu sou mulher, sempre fui, de alguma forma, oprimida, e acredito na igualdade de direitos e capacidades. Acredito na liberdade feminina, e que lugar de mulher é onde ela quiser. E percebo que o machismo mata.
E, óbvio, sou completamente contra o racismo. Apesar de achar que isso dispensa explicações, vou explicar: porque eu sou gente.
Comecei esse texto umas 5 vezes na minha cabeça. É que essa situação me deu uma boa desequilibrada mesmo. Me tirou um tanto o chão, até eu começar a enxergar mais além, pensar mais racionalmente, voltar um pouco no tempo.
É realmente difícil pra nós, que nascemos em um meio privilegiado, não tivemos privações, estudamos sempre nas melhores escolas, tivemos acesso a cursos complementares, mesada, só conhecemos a periferia se quiséssemos, enfim. Nós, que somos a minoria nesse país de abismo social, que temos passaporte, falamos inglês avançado ou fluente, temos, normalmente, uma terceira língua pelo menos básica, somos acostumados a comprar no shopping e assistir novelas, ganhar presentes e mais presentes, roupas novas pra eventos, enfim... É "difícil" pra gente enxergar que a realidade é outra. A gente se choca. Pra gente, ser assaltado é um pavor. "Que país é esse?" Nós somos, de fato, a geração coca-cola. E nos ofendemos muito se alguém nos chamar de "burguês". "Como assim, burguês? Que absurdo!" "Difícil", na verdade, é uma palavra, que, no nosso dicionário, tem outro significado do real.
Já achei péssima essa história de luta de classes. Sempre achei que isso era uma rivalidade desnecessária. Não acredito nessa de um Estado máximo, porque nossos políticos são corruptos, nós somos corruptos. "fale por você, não fale por mim". Tudo bem. "Eu e ele somos corruptos". Melhorou, fofura? Então tá, deixa eu continuar.
Hoje, vivendo numa cidade em que as pessoas se assumem mais, falam menos cochichando, vejo que, infelizmente, existe luta de classes, sim. Quão ingênua eu sempre fui, e continuo sendo.
A primeira vez que pensei sobre política foi na terceira série, quando estudei sobre pirâmide social. Quão mais ingênua eu era.
Eu jamais imaginei que os ricos se incomodassem tanto com os pobres. Digo, com a mera existência deles. De ter que vê-los. Até eu saber que, em São Paulo, eles fazem movimentos pra não ter que se misturar, porque, na cabeça dos amiguinhos do Constantino, todo pobre, ainda que trabalhador, é bandido. Não pode chegar metrô num bairro nobre, mas as sinhás querem ter empregada doméstica, e elas não podem se atrasar. Foda-se, elas que dêem um jeito de chegar no horário.
Constantino foi lá em São Luís lançar o "Esquerda Caviar" e (que vergonha!), eu fui, peguei dedicatória e tudo. Poderia apagar da minha memória isso. Porque, na cabeça dessa gente, é inconciliável uma pessoa ser de classe média alta e enxergar além do seu umbigo. Ele nem quer saber se essas pessoas fazem alguma coisa pra tentar ajudar ou não. Simplesmente inventou que a galera é "Esquerda Caviar" e se mudou pros EUA, porque lá é mais legal, é mais bacana, é mais bonito. Nos EUA tá a evolução, tão os emergentes, e os "Esquerda Caviar", que ele tanto critica. E ele, de lá, enxerga muito bem a realidade do Brasil, porque, apesar de ele não ir nas favelas ou nas unidades onde os jovens infratores estão, pra conversar com eles e saber suas histórias, a visão dele é bem melhor do que quem vive de perto, ou do que de alguém que já trabalhou lá dentro e dá um depoimento. Porque, né, Constantino é Constantino. Vai discutir, meu colega? O cara saca das coisas. Ele escreve na Veja! E tu, onde é que tu escreves? Então te sai de boca, que tu não é batom.
Sempre tem alguém com uma história linda de meritocracia pra arguir do porquê a desigualdade social não justifica a nossa realidade merda. Sempre. Ninguém conta pra essas pessoas que isso é uma minoria. Até eu tenho uma história dessas, gente. E, juro, é de chorar. É do meu pai, a história. Um puta guerreiro.
Só que as histórias de crimes hediondos cometidos por menores de 16 também são minoria. 1,6%. Daí me questionam "então por que ser contra?" Porque a nossa justiça não funciona, e, se você não enxerga isso, então, você é mais ingênuo do que eu. E as chances de punirem as pessoas erradas, de tirarem a juventude dos jovens errados, e de não resolver NADA são muito grandes. Sair dando tiro no escuro, simplesmente porque gente como eu tem sangue nos olhos porque não tá afim de perder seus privilégios, pra mim, não justifica nada. Punir porque foi assaltado, e, droga! Sou trabalhador, não mereço ser assaltado. Ninguém merece, gatx. Ninguém merece ser assaltado, estuprado, assassinado, espancado, violentado, abandonado, maltratado. Ninguém merece passar fome, não ter escola, não ter casa, não ter estudos, passar frio, necessidade, não ter carinho, não ter amparo, ser invisível. Ninguém merece rasgar o pé de tanto andar descalço, ser tratado pior que bicho. Ninguém merece ser criança e ter que trocar o seu próprio corpo por comida. Então, você não merece ser assaltado? Pois é, eu também não. Também morro de medo. Mas tenho mais medo ainda de ser estuprada ou assediada, violentada. É por isso que ando com um spray de gengibre e um canivete. Transporte publico lotado aqui é loteria, e eu ando apavorada quando pego um lotado. Mas sabe o que alimenta isso? O machismo, que trata as mulheres como objeto.
Sabe o que é foda? É que os argumentos dessa gente conservadora são apelativos, são baixos, são cruéis. Mas, pelo menos, abrem os nossos olhos. "Quero ver se acontecer com você! Se um menor ir na sua casa, estuprar sua filha, matar sua mãe, se você vai continuar pensando assim." "Quero ver se acontecer com você, se o seu filho virar um viado, se você vai continuar defendendo esses baitolas desse jeito." "Quero ver se daqui 10 anos você vai pensar assim, se um filho seu quiser virar mulher, se esse seu discurso vai ser o mesmo." Sempre tentam nos atingir. Sempre tem uma munição ali, apontando pro seu coração, porque querem mesmo é atingir o seu emocional. E, isso, meu povo, é que é ESCROTO. Não tem outra palavra. É só até ali que a consideração e o respeito vão. Fim.
Vocês sabem um dos motivos porquê eu sou feminista?
Porque eu acho um absurdo ouvir alguém dizer que mulher tem que segurar casamento. E isso é TÍPICO de gente desse tipo. Sempre achei isso um absurdo, mas já ouvi esse tipo de asneira calada, muitas e muitas vezes, porque sou muito de boa e prezo muito pela paz e bem estar nos relacionamentos. Mas, quer saber? Hoje em dia não tolero mais ouvir esse tipo de coisa, e tenho muita pena de quem pensa assim. Acho que quem pensa assim poderia, muito bem, comprar uma boneca inflável, ou um robô. Foda-se essa gente, seu machismo, e sua cabeça de ervilha.
Hoje, felizmente, sou muito diferente de 5 anos atrás. Consigo enxergar além do meu umbigo. Continuo achando que o setor privado tem sua importância. Porém, também consigo enxergar que não dá pra ficar babando país de primeiro mundo se, aqui, continua havendo exploração, desvalorização de determinados empregos. É lindo ir pra Europa ou Japãp e voltar maravilhado porque algum desses países não tem mendigo. Mas, desculpa, é ridículo não refletir no motivo por trás disso. É ridículo ir pra lá, e ficar deprimidinho com a realidade daqui.
Sim, o governo é uma merda. Sim, nossa carga tributária é um cu. Sim, o retorno disso é uma bosta. Mas, sim, assuma sua parcela de culpa disso e pare de bancar o idiota, principalmente se você mora no nordeste e paga um salário mínimo pra sua empregada/babá e acha que tá sendo bacana fazendo isso, ou se você continua votando igual, ou se tá pouco se fodendo pra política. Ou se tem um bar, um restaurante, mas paga o mínimo exigido, "porque também tem que pagar suas contas, né".
Você leu que um empresário milionário resolveu pagar as férias de TODOS os seus funcionários com uma passagem internacional e achou um espetáculo? Parabéns pra você.
É triste ver que tanta gente aplaude um Cunha da vida.
É deprimente ver tanta gente defensora da "moral" e "bons costumes", porque eu não sei quem foi que deu essa moral toda pra essa galera.
Ah, foi a Bíblia, tinha esquecido.
O único problema é: a fé é cega. E, não, não me leiam errado. Mas, vcs acreditam num livro traduzido, e vcs nem conhecem o cara que traduziu. A IMENSA maioria nem conhece a língua mais próxima da original, e simplesmente compra a idéia. E a idéia central do livro, parece que a maioria liga o foda-se, tá mais interessado mesmo é em apontar o dedo e sair mandando todo mundo pro inferno.
Me disseram que esperavam que eu estivesse militando em outras causas daqui uns anos. Eu não. Espero, mesmo, estar militando nas mesmíssimas causas. LGBT e feminismo. E continuar acreditando que as coisas podem mudar. Continuar lutando contra o racismo também.
Vou explicar o que eu acho que não precisa de explicação, e que pra mim já tava claro, mas só por via das dúvidas:
Por que eu sou militante LGBT? Porque eu sou bissexual. A maior parte dos meus amigos é LGBT. Eu sofro preconceito? Algum. Tem quem ache que mulher bissexual só gosta de putaria, e isso é triste, porque é um estereótipo que eu não me encaixo, e pago o pato pelas outras. Mas, sou militante pelo que pessoas que eu amo sofrem e já sofreram. Sou militante porque pessoas iguais a mim sofrem diariamente.
Por que eu sou militante feminista? Porque eu sou mulher, sempre fui, de alguma forma, oprimida, e acredito na igualdade de direitos e capacidades. Acredito na liberdade feminina, e que lugar de mulher é onde ela quiser. E percebo que o machismo mata.
E, óbvio, sou completamente contra o racismo. Apesar de achar que isso dispensa explicações, vou explicar: porque eu sou gente.
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